A real de (tentar) trabalhar na Alemanha

Oi Raquel! Ótimo texto! Precisamos estar bem conscientes mesmo..

Se me permitir, gostaria de perguntar 3 coisas com relação a esse tema:

1. Meu marido é cidadão europeu (português), sei da facilidade pra ele trabalhar ai, mas e eu? Só com o visto de permanência que receberei terei liberdade para trabalhar?
2. Aquele valor de Health Insurance descontado em folha já seria o seguro saúde público (pra quem tem direito a ele é claro)? Ou tem q pagar mais algo por fora?
3. Como os empregadores verificam a experiência que colocamos no currículo? Só com carta de referência? Aqui no Br é olhando a carteira de trabalho né, aí fiquei com essa dúvida.

Bjoos

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Boa noite Raquel,

Eu tenho cidadania Alemã, e estou pensando em ir para lá em Janeiro 2017, pra dar uma sondada em empregos e talvez, levar minhas filhas e esposa posteriormente. Sou Tradutor formado e professor de Inglês e Alemão básico. Tenho um sobrinho morando em München mas sei que lá o custo de vida é altíssimo. Estava pensando em algo na área de Berlin, o que vc sugere?

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Boa tarde Back
Sou o Martin e gostaria de saber como funciona “casamento gay” por aí com estrangeiros..
Caso me encontre co alguém por aí… [… kkk …]
Kisses, danker!

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Olá, meu nome é Mariana e atualmente estou cursando Direito no Brasil. Tenho interesse em trabalhar na Alemanha, mas tenho algumas dúvidas! Tenho descendência alemã (meu bisavô veio da Alemanha), sera que consigo cidadania alemã por este fato? Também falo alemão (que é um pouco arcaico) mas pretendo atualizar. Atualmente trabalho com linha de estética (manicure/pedicure). Meus planos são futuros, daqui uns 7 a 10 anos tentar algo, será que consigo algo com mais facilidade pelo fato do meu bisavô ter nacionalidade alemã? Pelo que sei, há terras que foram deixadas pelo meu bisavô na Alemanha, em Dusseldorf, mas não faço ideia de como requerer estas terras, no Brasil poucos sabem dar este tipo de informação. Se puder me dar uma “luz” ficarei imensamente grata.

Att. Mariana Braunsburger

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Guten Abend Raquel Carvalho,
Em relação a brasileiros que possuem cidadania alemã e com nível de alemão C1 e inglês B2 ou C1 , seria uma boa opção tentar fazer uma Ausbildung, ou Dual Studium? Talvez um mestrado na área que é formado? Tipo, começar do zero? Procurar financiamento estudantil, ou ajuda a moradia e etc…

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Olá

Eu tenho uma dúvida

Tem como uma pessoa só com o ensino médio e sem nenhum parentesco com alemão conseguir emprego legalmente aí ?

Sei falar inglês e o básico de alemão

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Oi, Raquel! Muito bons os esclarecimentos. Bom, tenho uma dúvida, sou formada em Direito (que você já disse ser o curso mais difícil de todos) e administração. O diploma de administração eu teria que validar? Dá para conseguir um emprego na área? Danke

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Olá. Sou contador formado no Brasil. Sabe me dizer se é possível validar diploma na Alemanha e se há boas oportunidades nessa área ? Grato.

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Olá Raquel,

Acho que sou esse ser que você comentou. Meu diploma é de 2016 (recém formado), e desde Dezembro tenho enviado diversos currículos para as empresas pra tentar a sorte na Alemanha, e incrivelmente consegui uma oferta no início de Março! Estou no processo do visto,se lhe jnteressar depois escrevo um relato mais detalhado. Entra em contato comigo por email!

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Ah amei o texto! Eu vim pra cá e com 6 meses consegui um trabalho bacana, dentro do salário exigido e tudo mais, porém o problema foi que a empresa pediu minha autorizaçao de trabalho e o arbeitsamt nao deu, pois alegaram que um alemao poderia realizar. Eu to pensando agora em voltar ao brasil e estudar TI para em alguns anos tentar novamente… pela minha experiencia aqui TI e Engenharia sao as areas c mais chances e que o Arbeitsamt nao pega no pe… alguma outra dica? Bjs

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Olá a todos! O texto é longo, mas dá uma boa visão do que é procurar emprego na Alemanha.

Não quero desanimar ninguém, mas quero contribuir para manter as pessoas com os pés no chão em relação às dificuldades de se conseguir emprego aqui.

Eu tenho cidadania alemã (pois meus pais são alemães) e brasileira (pois nasci no Brasil).
Sou formada em administração (UFMS) e tenho MBA em gerenciamento de projetos (FGV). Já fiz 3 meses de intercâmbio pros EUA e 3 meses de curso de inglês e cultura na Inglaterra. Adquiri mais de 3 anos de experiência gerenciando projetos na área de feiras de negócios numa filial de empresa alemã no Brasil. Pois bem, como toda a minha família é alemã e mora na Alemanha, sempre tive o desejo de vir morar aqui. Falo alemão como nativo (segundo o que todos me dizem), porém culturalmente creio que eu seja mais brasileira.

O GRANDE PROBLEMA DE FALAR ALEMÃO (inclusive o dialeto da região) sem sotaque, é que inconscientemente os alemães te enxergam de igual pra igual e não entendem porque a sua cabeça funciona diferente, porque você se comporta de forma diferente, ou porque você faz algumas perguntas “idiotas” sobre coisas que TODO ALEMÃO deveria saber. Ou seja, a impressão que eu tenho é que eles não sabem o que fazer comigo, não sabem em qual “gaveta” devem me encaixar e por fazer perguntas “idiotas”, tenho a impressão que pensam que eu realmente o sou.

Outra coisa, a formação alemã (pelo menos em Baden-Württemberg) é extremamente especializada, e pessoas generalistas como eu, não tem chance. O sistema de ensino brasileiro é diferente (não é vinculado à empresa, como muitas das formações aqui são), a carreira brasileira é mais flexível (do meu ponto de vista), por exemplo, você pode estar fazendo faculdade de direito e para se sustentar você trabalha como gerente de vendas em algum negócio que não tem nada a ver com direito (muitos alemães não conseguem entender isso).

Já vou completar um mês de residência aqui na Alemanha e até agora não consegui emprego. Tenho procurado na minha área, pois já investi tanto tempo e dinheiro que acho uma pena jogar tudo isso no lixo e trabalhar fora da minha área. Fiz muitas candidaturas (para diversos departamentos: RH, Marketing, Vendas, Finanças) e algumas entrevistas.

1ª entrevista: não consegui o emprego (na área de finanças, cargo abaixo do que eu tinha no Brasil) pois segundo eles, eu era qualificada demais para a vaga e achavam que eu ia me desmotivar rápido.

2ª entrevista: não consegui o emprego, pois, segundo o feedback deles, eu estava muito nervosa na entrevista e a vaga requer uma pessoa de apresentação soberana e segura para lidar com pessoas de altos cargos. (quem não fica nervoso numa entrevista num outro país, depois de muito tempo desempregado?)

3ª entrevista: não consegui o emprego que encaixava em 95% com as minhas qualificações e experiências. Segundo o feedback deles, eu não consegui demonstrar entusiasmo suficiente pela vaga e pelo empregador. (óbvio, eu tinha acordado de madrugada para viajar para outro estado da Alemanha e quando chegou a entrevista eu já estava extremamente cansada e com sono).

Como me disseram algumas pessoas amigas e parentes, não dá pra levar muito a sério esses feedbacks, pois às vezes o real motivo não pode ser dito por questão de ética ou leis. Por exemplo: não te contratamos, pois você é mulher (e possui um útero).

Enfim, cogitei em fazer uma nova Ausbildung (curso técnico-profissionalizante) para conseguir finalmente adentrar o mercado de trabalho. O mais engraçado é que quando ligo nas empresas para contar a minha situação e perguntar sobre a vaga de Ausbildung, a primeira pergunta que me fazem é: Por que você quer fazer uma Ausbildung se você já tem uma faculdade e pós? Você não acha desnecessário? Obs: Nessas mesmas empresas eu já liguei outras vezes, e já me candidatei à algumas vagas de emprego (claro, sempre me candidatando para uma nova vaga quando o processo seletivo anterior havia encerrado). Ou seja, não me consideram para uma vaga aberta, mas também acham que não faz sentido eu começar por baixo (com uma Ausbildung).

Segue a MINHA percepção até agora, para vagas com formação em ADMINISTRAÇÃO:

– Se você é generalista (curso sem ênfase em MKT, finanças, RH, comércio exterior, etc ou sem pós em alguma dessas áreas ou relevante experiência profissional) suas chances são quase nulas (no Brasil é assim também, com a diferença que você pode ingressar numa pós a qualquer momento, contanto que você tenha a verba necessaria; e aqui, algumas pós você só pode fazer se já fez algum estágio/ou trabalhou naquela área – eles fazem análise curricular para te aceitar na pós).
– Se você não fala inglês fluente, desista ou vá aprender. Quase todos os seus concorrentes falam inglês fluente, além de alemão e têm bons conhecimentos em alguma outra língua (geralmente francês, espanhol, etc).
– Experiência no exterior não é um diferencial, quase todos os seus concorrentes já fizeram um curso ou um estágio em algum outro país (ou países).
– Muitas vagas de gestão também requerem conhecimento técnico/específico daquela indústria/produto.

OPINIÃO GERAL sobre a busca de emprego na Alemanha:

– tenho a impressão que alguns alemães (mesmo de empresas globalmente ativas e extremamente internacionais) não entendem porque você não possui carta de recomendação (ou Arbeitszeugnis) de cada uma das empresas onde já atuou. E isso já dificulta bastante a sua vida, empresas podem nem te chamar para entrevista, pois interpretam que se você não possui as cartas é porque você não foi um bom funcionário (ou está escondendo algo).

– Depois de escrever inúmeras Anschreiben (carta de apresentação), depois de receber dicas de dois especialistas sobre como fazer, e de ler inúmeros sites a respeito (e também sobre Lebenslauf – Curriculum) cheguei à conclusão que cada um faz diferente e cada um tem uma opinião diferente. Se você tentar seguir tudo o que te falam ou tudo o que você lê por aí, você nunca vai se candidatar efetivamente à uma vaga, pois você acha que nunca está bom o suficiente. E você vai ficar doido!

– Como no Brasil, aqui o Qi (quem indica, ou em alemão: Vitamin B) é extremamente forte.

– Prazos que eu tenho visto e vivenciado:

* Média de duração entre candidatura à vaga de emprego e finalização do processo com a negativa: 3 meses ( e se você for contratado, muitas vezes é pra iniciar no emprego só daqui a 2-3 meses, mesmo que na vaga diga que é pra início imediato – o imediato dos alemães é totalmente diferente do imediato dos brasileiros). Só nisso você já fica 6 meses esperando. Não são imediatistas como muitas vezes são no Brasil.
* Candidatura para Ausbildung: quase sempre pelo menos 1 ano antes de você começar efetivamente o curso técnico-profissionalizante.
* Schnupperpraktikum: É tipo um estágio que geralmente é feito pelos alunos de escola quando estão na fase de escolher uma profissão. Também pode ser feito por pessoas que já tem profissão e querem mudar de profissão. Se você quer visitar uma empresa (de grande porte) por 1-2 semanas para conhecer mais de perto uma profissão pela qual você se interessa, você deve, em média, se candidatar para esse mini-estágio com 6 meses de antecedência.

– Outras curiosidades do mercado de trabalho alemão:

* Estágio para pessoas já formadas: quase impossível conseguir. Há poucos anos saiu uma lei de que pessoas que fazem estágio voluntário (sem ser obrigatório pela universidade) devem receber pelo menos o Mindestlohn (salário mínimo/hora). Ou seja, as empresas preenchem a vaga com aqueles que são obrigados (pela universidade) a fazerem estágio e, portanto, pessoas já formadas têm, após a criação desta lei, chance quase nula de conseguir entrar numa empresa via estágio. Li e ouvi isso pessoalmente de pessoas com cargos de chefia em algumas empresas.
* Vagas de Werkstudent: só pode se for estudante.
* Ferienjob: só pode se for estudante ou Überbrücker (os que estão entre término da escola e início da faculdade/Ausbildung – tem que comprovar que você está matriculado).

Porque o mercado de trabalho alemão é mais criterioso do que o Brasileiro em alguns aspectos:

*Se o funcionário tem contrato por tempo indeterminado (unbefristet) a empresa quase não consegue demití-lo (é “quase” como um funcionário público no Brasil). A empresa tem que ter motivos muito fortes para poder demití-lo (fraude por parte do funcionário, fechamento de departamento porque está obsoleto e comprovadamente não podem realocar o funcionário à outro departamento, etc). Mesmo que seja sem justa causa (como no caso de encerramento de um projeto ou fechamento de um departamento). Por isso as empresas são muuuuito criteriosas e se planejam ao contratarem novos funcionários e por isso às vezes tem tempo para ficar procurando o candidato “perfeito” durante meses.
* E pelo motivo acima, muitas empresas te contratam primeiro por tempo determinado (befristet). Isso pode ser feito por um período máximo de 2 anos (depois a empresa tem que te dar um contrato por tempo indeterminado ou, como acontece com frequência, simplesmente esperam o contrato se encerrar e não renovam com você, pois preferem pegar outra pessoa pra ficar com contrato determinado por mais 2 anos e assim por diante).
* No caso de licença maternidade a mãe pode optar em ficar 3 anos cuidando de seu filho e a empresa tem que garantir recolocação dela quando ela retornar (em cargo igual ou semelhante. Se não me engano nos primeiro ano de licença a mãe recebe um percentual do salário dela (média dos últimos x meses), nos outros dois anos ela não recebe mais dinheiro). Enfim, isso é ótimo pra quem consegue desfrutar desse direito, mas é péssimo para mulheres desempregadas (em idade mais provável de engravidar) a conseguirem emprego.

Os fatos acima dão uma boa noção da complexidade do mercado de trabalho alemão e explicam porque algumas coisas são tão difíceis. Mas não se enganem, o Brasil também não é fácil para estrangeiros (a não ser que sejam ultra qualificados em áreas carentes de profissionais brasileiros, o que não é diferente aqui na Alemanha). Do contrário, se você não é essa pessoa ultraqualificada, você precisa de um “padrinho” ou de muita sorte pra conseguir seguir na sua profissão. Se não, vai ter que mudar de profissão e fazer aquilo que os alemães também não querem fazer e por isso tem muitas vagas.

E não podemos esquecer de um detalhe fundamental, muitas das empresas que existem no Brasil são de origem alemã (o que talvez facilitaria a contratação de um alemão numa filial no Brasil), mas na Alemanha existem pouquíssimas empresas de origem Brasileira (e quando tem, muitas vezes não precisam de pessoas que falem português, pois os negócios são realizados em inglês). Salvo algumas exceções, de empregos tipo telemarketing ou atendimento ao cliente onde pedem português.

Após a listagem de todas as dificuldades, quero finalizar com o pensamento que tem me movido e não me deixa desistir:

“Nem tudo nessa vida é fácil, mas com certeza nada é impossível, ser forte não é ter a força de um leão, mas sim a paciência e humildade de um pássaro que mesmo na gaiola não perde
a esperança de voar.” ― Jaílson Galegâo Obs: Gostei dessa frase, mas não sou fã do autor.

OBS: esse texto foi escrito com base em minhas experiências e leituras sobre o assunto, portanto são expressão da MINHA OPINIÃO, não havendo comprovação e nem intenção de que estou 100% certa em tudo o que aqui coloquei. Generalizações e comparações sempre são injustas.

Torço para que alguém aqui relate uma história um pouco mais otimista do que a minha.

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Oi, Raquel
Tudo bem?
Me formei em jornalismo em 2014, mas tenho muito interesse em fazer um estágio na área na Alemanha (de 3 à 6 meses). É possivel eu encontrar um estágio mesmo já estando formada?
Bjos e obrigada
Maíra

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Olá Raquel, estou em busca de informações para uma situação nem tanto animadora haha. Bom, estou me formando atualmente em Arquitetura aqui no Brasil e pretendo ir para Hamburgo ficar com minha namorada (ela mora lá, é alemã). Primeiramente, no primeiro 1 ano ´pois é o tempo que ela termina a graduação dela. De fato, buscaria algo que minimamente custeasse minha despesas, ou seja, nada diretamente relacionado à minha área de formação, visto que sou recém formado. Mas, não falo alemão e sei que isso é o graande problema. Será que você com sua experiência, pode ver uma luz no fim do túnel com esta situação?

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Em primeiro lugar obrigada por responder minha pergunta no grupo do facebook. Aproveitando gostaria de informações a respeito de estágio após formação superior, onde procurar vagas. Mais uma vez, obrigada.

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Vou para Frankfurt final de março
Queria uma ajuda quando chegar
Seria possível?
Tenho passaporte alemão

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